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Ministro diz que a Educação previne comportamentos de ódio e guerras
O ministro João Costa disse que “a Educação é uma arma extra para prevenir comportamentos de ódio e as guerras”, durante a sessão de encerramento do Seminário Internacional: o Poder da Educação, que decorreu ontem, dia 9 de Outubro, no FOLIO – Festival Internacional de Literatura de Óbidos, evento faz questão de marcar sempre presença.
“Estou certo de que os senhores da guerra não leram os livros certos”, ironizou o ministro da Educação. “O que vemos nesses pontos do mundo é que os primeiros a serem postos fora são artistas, escritores, jornalistas e professores, pois têm medo do poder transformador da palavra e da arte. Têm medo de que tenham a ousadia de pensar e de sonhar em cenários alternativos.”
João Costa utilizou o exemplo da guerra para explicar a importância das bibliotecas e do Plano Nacional de Leitura para a educação. “Temos a fortíssima convicção de que sem literatura não há liberdade e queremos educar os cidadãos para fazerem escolhas conscientes”, justificou. Face ao impacto negativo da pandemia na leitura, sobretudo nos alunos mais novos, pediu para se “olhar com seriedade” para as provas de aferição, estudos e informação das escolas, para identificar dificuldades concretas dos diferentes alunos.
“Compete-nos ser um exército de leitores. É uma corrida contra o tempo. Temos de acelerar o processo de recuperação das aprendizagens”, sublinhou o ministro da Educação. “É preciso trabalhar no específico, no geral, ter ambientes de leitura e andarmos com um livro debaixo do braço, para sermos um exemplo para os jovens.” A este propósito, contou que um miúdo de 11 anos lhe perguntou se gostava de ler e, quando João Costa lhe respondeu que lia sempre “uma hora de ficção antes de dormir”, o aluno lhe respondeu que fazia bem e acrescentou que a leitura combatia o Alzheimer.
“É no centro do processo educativo que o livro deve estar. A literatura muda a vida dos nossos alunos”, concordou a nova comissária do Plano Nacional de Leitura, Regina Duarte. “A investigação tem demonstrado que a educação literária nos dá outras competências, como capacidade de análise, memória e tolerância”, salientou. “A comunidade educativa está consciente de que os benefícios da leitura e da literatura são imensos e estão a ser oferecidos aos nossos alunos, que crescerão mais fortes, mais tolerantes e mais conscientes do mundo em que têm de intervir.”
Manuela Silva, coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares, citou Edgar Morin para referir que “a educação tem um papel de transformação da sociedade civil”, pelo que lamentou que não esteja disponível a todos e, em certos países, como o Afeganistão, seja vedado a raparigas. “A educação remete para a liberdade e para as democracias”, comentou. “Só com uma leitura aprofundada temos acesso ao saber, porque nos proporciona relações e experiências que nos trazem desassossegos, inquietações, mas também soluções.”
A coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares defendeu, por isso, que as bibliotecas devem ser espaços de diálogo e de trocas, onde haja o aprofundamento das relações sociais. Para demonstrar a importância da leitura, recordou a imagem de um jovem brasileiro, transmitida recentemente nas televisões, a exibir um cartaz onde se lê: “Eu armo-me com livros e livro-me das armas”.
Filipe Daniel, presidente do Município de Óbidos, acrescentou que “com o poder da palavra e da literacia consigamos transformar o Mundo”, em prol da democracia. A propósito do seminário, salientou o investimento do seu tempo como forma de enriquecimento enquanto ser humano.