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Curso de Turismo Literário passa a formato b-learning
A segunda edição do Curso de Turismo Literário vai passar a ter um formato b-learning, uma masterclass com escritores e uma ligação à gastronomia e aos vinhos, anunciou Daniel Pinto, diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), durante uma sessão de apresentação no FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos. Com a duração de três meses, terá início em novembro e funcionará em regime pós-laboral, às terças e quintas-feiras, das 19 às 22 horas.
Daniel Pinto defendeu que os produtos turísticos devem ser acompanhados pela capacitação das pessoas que trabalham neste setor e considerou este eixo da formação “importante”. Além disso, referiu a existência do programa Formação Mais Próxima na EHTO, que disponibiliza diversos conteúdos de formação, que pode ser “à medida”.
“Há ambição de tornar Portugal uma referência dos destinos turísticos literários”, afirmou Lídia Monteiro, do departamento de apoio à venda do Turismo de Portugal. “Óbidos é um excelente exemplo, pois já é conhecido como vila literária”, destacou a também formadora do curso da EHTO. “Os festivais são um bom argumento para nos deslocarmos a um determinado território e poder aprender, conhecer, ter contacto com escritores e vivenciar o património e as histórias que nos proporcionam.”
Fabrizio Boscaglia, professor italiano, chegou a Portugal aos 24 anos e leu o “Livro do Desassossego”, de Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa. Interessou-se pelo pensamento e pela vertente filosófica do escritor e estruturou um passeio literário sobre a Lisboa de Pessoa. Cerca de 14 anos depois, continua a organizar estes roteiros, também alusivos a José Saramago.
“A literatura é algo que envolve o ser humano de uma forma profunda e que pode mudar vidas”, assegurou Boscaglia, também formador do curso. “O turista literário é alguém inteligente, culto, a quem temos de facultar tudo o que está ao nosso dispor. Temos de criar produtos fortemente credíveis e recursos humanos transversais, capazes de criar ligações.”
Licenciado em Filosofia, Henrique Fialho explicou que uma das razões que o leva a viajar é a literatura. “O livro é um lugar que se visita. É um produto que nos oferece conhecimento e que nos permite viajar”, sublinhou. “Não podemos olhar para o autor como se fosse independente da obra que criou”, defendeu o formador do Curso de Turismo Literário. “Há pessoas que acabam por ficar mais fascinadas pelo autor do que pelo que escreveu. Esta mercantilização do livro e da literatura tende a transformar o livro em objeto.”
Margarida Reis, vereadora da Cultura do Município de Óbidos, assegurou que o Curso de Turismo Literário “potencia a região e não só Óbidos” e disse que “a marca está enraizada”. Recordou ainda que, no ano passado, o número de interessados dava para formar duas turmas, mas as inscrições já estavam fechadas.