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4ª Edição do Curso de Turismo Literário apresentada durante o FÓLIO
A abertura de um hotel literário nos Açores e a criação de roteiros literários em Lisboa, inspirados em livros, foram os projetos concretizados por duas ex-alunas do Curso de Turismo Literário, e partilhados, esta terça-feira, 15 de outubro, durante a apresentação da quarta edição do curso, que inicia em novembro.
Aluna da terceira edição do Curso de Turismo Literário, promovido pela Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, Lara Martinho abriu o Azores Book Hotel, numa casa de século XVIII, em Angra do Heroísmo, no dia 1 de agosto. Com mais de cinco mil livros, a unidade hoteleira de charme dedicou cada quarto a uma obra literária, e tem salas alusivas a escritores famosos, como Fernando Pessoa.
Através de videoconferência, a empresária contou que o Azores Book Hotel tem ainda uma ala dedicada a autores açorianos, como Natália Correia ou Joel Neto. A abertura da unidade hoteleira de quatro estrelas, inspirada na literatura, foi impulsionada pela frequência do Curso de Turismo Literário.
Promotora de um projeto de turismo literário desde 2006, Margarida Branco garantiu que foi a primeira pessoa a fazer um passeio a partir do livro “O último cabalista de Lisboa”, e a ligá-lo à geografia, e não à origem do autor. “Faço ainda, com regularidade, o Opus Night, a partir do livro ‘Alexandra Alpha’, de José Cardoso Pires, que se passa em vários sítios de Lisboa”.
Um dos pontos de paragem obrigatória do Opus Night é um bar em Lisboa, onde o relógio anda com os ponteiros ao contrário, tal como no bar Crocodilo, que era frequentado por Cardoso Pires. Contudo, a autora do blog "Ler Aqui não" revelou qual era, desafiando as pessoas a inscreverem-se no roteiro.
Experiência transformadora
“Fazer o Curso de Turismo Literário foi uma experiência transformadora, que me permitiu ver a minha atividade de uma outra maneira”, confessou Margarida Branco. “Afinal, faço uma coisa pomposa”, gracejou. A ex-aluna desafiou mesmo Daniel Pinto, diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, a fazer um curso avançado na mesma área.
Convicto de que os cerca de 90 participantes nas três edições do curso podem “ajudar a desenvolver Portugal”, na área do turismo literário, por serem de “pessoas muito interessadas e muito interessantes, e com uma grande riqueza e histórico profissional”, Daniel Pinto referiu que a próxima edição inicia no dia 21 de novembro e termina a 5 de março, e mantém o formato online, às terças e quintas-feiras, entre as 19 e as 23 horas.
“O Curso de Turismo Literário não termina ao fim dos três meses”, sublinhou Lídia Monteiro, diretora de Marketing do Turismo de Portugal. “Queremos construir convosco mais inquietações, e criar novos projetos, que possam ser uma mentoria de negócios, na área do turismo literário”, afirmou, dirigindo-se a potenciais alunos.
Empenhada em contribuir para a oferta de mais produtos literários, a partir das obras de escritores portugueses, Lídia Monteiro disse que “interpretar e reinterpretar o que os autores escrevem é uma forma de fazer turismo literário”. “Somos um país de poetas e é por isso que o mundo avança. Queremos criar mais inquietação nas pessoas e nos profissionais”, reforçou.
Novo roteiro
Durante a apresentação do curso, Margarida Reis, vereadora da Cultura, revelou terem sido identificados 33 espaços, que serão incluídos num mapa destinado a dar a conhecer os espaços literários de Óbidos: hotéis, restaurantes e cafés, uma barbearia, uma paragem do autocarro, biblioteca municipal, bibliotecas escolares e pelas minibibliotecas da Sancheira, do Vau, da Amoreira e, mais recentemente, da Usseira.
“São espaços identitários onde as pessoas, incluindo as mais idosas, se encontram para ler o jornal, trocar livros e conviver”, explica Margarida Reis. A nova rota irá integrar o roteiro da música, constituído por vários coretos do concelho, e o roteiro da poesia, em que várias poesias de autores portugueses se encontram “espalhadas pelo território”. A intenção é promover a leitura e a identidade local, enquanto Cidade Criativa da Literatura da UNESCO.