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Festival Literário espalha Poesia pelas ruas de Óbidos
O FOLIO incluiu na programação deste ano um dia dedicado à Poesia, que se celebrou ontem, dia 17, com recitais, debates e a leitura de poemas nas ruas e em restaurantes de Óbidos. A ideia de aproximar poetas e leitores teve uma boa aceitação do público, pelo que a iniciativa se irá repetir no próximo ano.
Margarida Reis, vereadora da Cultura e da Educação da Câmara Municipal de Óbidos, conta que foram contactados pelos organizadores do Dia da Poesia para fazer um festival sobre este modo literário. No entanto, a autarca entendeu que fazia sentido incluí-lo no FOLIO e atribuir-lhe um dia específico.
“É um dia simbólico, porque conseguimos ter poesia ao longo dos 11 dias”, afirma Margarida Reis. De qualquer forma, revela que, a partir da próxima edição, “a componente da poesia será exponenciada", face à recetividade que tem havido da parte do público. “Como diziam os poetas, termos casa cheia num dia em que chove torrencialmente foi para abençoar o primeiro Dia da Poesia no FOLIO.”
A vereadora manifesta ainda “orgulho” por contarem com alunos de Agrupamentos de Escolas de Óbidos, das Caldas da Rainha, do Bombarral e da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste na leitura de obras dos poetas centenários Eugénio de Andrade, Mário Cesariny, Mário Henrique-Leiria e Natália Correia. Além disso, refere que, no âmbito de uma parceria estabelecida no Brasil, há jovens a declamar poesia na rua e em restaurantes da vila.
Poeta, crítica literária e ensaísta, Maria João Cantinho é uma das organizadoras do Dia da Poesia, juntamente com José Manuel Vasconcelos e Lauren Mendinueta. “Houve uma conversa com a vereadora, em que propusemos a ideia de fazer qualquer coisa em torno da poesia. Acolheram muito bem e resolverem fazer um Dia da Poesia integral”, conta.
Presença habitual no FOLIO, Maria João Cantinho considera que seria oportuno falar sobre Poesia no evento, tendo em conta que “não há sensibilização para a Poesia, nas escolas e na formação dos leitores”, pelo que defende a aproximação entre os leitores e os poetas.
“A Poesia é sempre o parente pobre da literatura”, lamenta a organizadora do Dia da Poesia. “Há uma certa resistência à leitura da Poesia, porque é mais difícil de ler. É um universo mais cerrado e as pessoas têm mais dificuldade de acesso às metáforas”, acrescenta. Manifesta, por isso, satisfação pela adesão do público e pela participação no debate com os poetas.