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Festival Latitudes - Literatura e Viajantes regressa em 2026
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O Festival Latitudes - Literatura e Viajantes terminou este domingo com um balanço extremamente positivo, consolidando-se como um evento de referência no panorama literário.
Durante quatro dias de festival, centenas de visitantes tiveram a oportunidade de viajar no tempo e na história, de assistir a conversas inspiradoras e ao lançamento de livros, de conhecer diferentes latitudes através das palavras, e de ouvir autores que partilharam as suas experiências, os seus registos, trazendo a Óbidos novos olhares e testemunhos únicos sobre a escrita de viagem.
"O Festival Latitudes está a crescer ano após ano e a consolidar-se como um espaço de partilha, de reflexão, e como um ponto de encontro entre escritores, autores e contadores de histórias e de vivências. Esta edição mostrou-nos uma vez mais a importância da Literatura - e da leitura - para explorar o mundo, estando o Município já a trabalhar para tornar a edição de 2026 ainda mais inspiradora”, refere Filipe Daniel, presidente do Município de Óbidos.
Entre os pontos altos do festival esteve a presença de Isabel Werneck, secretária executiva do projeto Rio de Janeiro, Capital Mundial do Livro 2025, tendo a responsável apresentado os contornos da candidatura ao galardão da UNESCO. Na ocasião, Isabel Werneck destacou o apoio do município de Óbidos, nomeadamente a “oportunidade de falar pela primeira vez” do projeto Rio Capital Mundial do Livro em território nacional.
Destaque para a apresentação oficial, no Latitudes, do Clube Literário Visit Portugal, um projeto do Turismo de Portugal que pretende colocar o país no mapa dos destinos literários, e para a apresentação da “Rota Literatura em Viagem”, desenvolvida no contexto da entrada de Óbidos para a Rede das Cidades Criativas da UNESCO.
“O reforço da vertente educativa e de formação para a leitura - materializada através de encontros promovidos entre autores e contadores de histórias e alunos das escolas de Óbidos -, a descentralização das conversas com escritores nas freguesias - com grande adesão por parte da comunidade local - e o investimento feito na diversificação de atividades para todos os públicos, foram importantíssimos para o sucesso desta edição”, refere Margarida Reis, vereadora com o pelouro da Cultura no Município de Óbidos.
“Este ano houve também uma grande aposta da programação no Convento de São Miguel (Gaeiras), com vários whorkshops, peças de teatros, e onde o ‘Mundo em Contos’ cruzou histórias numa atividade intergeracional que parecia não ter fim. Momentos em família que levaram pais e filhos a este espaço, onde puderam viajar com criatividade e imaginação”.
Na música, os concertos surpreenderam pela inovação. Caso do “Candlelight”, um evento original Fever com Produção Cartola de Artistas, com interpretação clássica de grandes temas à luz de milhares de velas.
O concerto “Do Outro Lado do Espelho” fechou esta edição. A Banda Papercutz juntou-se à União Filarmónica de A-da-Gorda, proporcionando uma viagem entre a música clássica e a música eletrónica. Um projeto que resultou de uma residência criativa entre a banda do norte do país e a banda local de A-da-Gorda, e que culminou com o lançamento deste novo projeto em Óbidos.
“O município apoiou esta iniciativa desde o primeiro momento, cuja troca de experiências e criatividade permitiu juntar dois estilos próprios de abordagem musical, resultando em novas ideias, com arranjos inovadores e a fusão de estilos. Uma das músicas interpretadas contou, na sua letra, com o contributo de José Luís Peixoto. O Latitudes de 2025 foi também palco de novas parcerias”, sublinha Margarida Reis.
O programa integrou igualmente várias exposições: “Rede das Cidades Criativas UNESCO do Centro de Portugal”; “Rostos de Camões”, de João Francisco Vilhena; “À espera do Sol e outros trabalhos”, de João Honório, “Mapa”, de Patrícia Santos Pinto, e “Retratos Contados de Ruy de Carvalho”, com curadoria de Nélson Mateus.
José Luís Peixoto aplaude descentralização
Numa viagem por vários espaços da vila mas também por algumas freguesias do concelho de Óbidos, o Latitudes voltou a contar este ano com a curadoria de José Luís Peixoto, para quem a estratégia de descentralização do evento foi uma aposta ganha.
“Tivemos, por exemplo, Gonçalo M. Tavares em A-dos-Negros, Bruno Vieira do Amaral na freguesia de Amoreira, ou Judite Canha Fernandes em Gaeiras. Faz sentido que esta descentralização continue, até mesmo pelas características que o município tem. É claro que é importante realizar atividades na vila - apoiando as livrarias, os diferentes espaços culturais - mas fico muito contente com a descentralização que o evento promove”, sublinha.
Sobre a união entre Literatura e viagens, José Luís Peixoto afirma que “na Literatura há sempre viagem”. “Quando não é viagem literal, ela pode acontecer em múltiplas dimensões. Estou a lembrar-me, por exemplo, de um encontro que houve com o David Machado, sob o tema ‘Os Caminhos das Redes’, no qual se falou sobre as viagens que todos fazemos nas redes sociais, na Internet, que são também espaços que habitamos e sobre os quais é importante que pensemos”.
“Depois há a viagem literal”, prossegue. “E, nesse aspeto, Óbidos, em virtude daquilo que é, também é um lugar de encontro do mundo. É muito curioso e até paradoxal. Porque Óbidos é um lugar tão português, mas ao mesmo tempo um lugar cosmopolita, onde se cruzam pessoas de todos os continentes. Este festival pretende celebrar essa realidade, pensar sobre ela, refletir, olhar, provocar ideias, não só com os livros, com a escrita e a leitura, mas também com outras atividades que também aconteceram como exposições, concertos, ou as idas dos escritores às escolas”.
O Festival Latitudes regressa em 2026, prometendo mais autores, mais Literatura, e uma celebração ainda maior da escrita de viagens.
O evento continuará a ter vida ao longo dos próximos meses, cruzando-se, em outubro, com a 10ª edição do FÓLIO.